quinta-feira, 30 de agosto de 2007

abrigos

Solidão trapaceira
Tão parceira quanto à luz
Abraçando-me a noite toda

Procurei por abrigo
No espelho o encontrei
Agarrei-me ao teu reflexo em minhas imagens
E disse adeus ao amanhecer

Tirei meu rótulo para camuflar-me
Deixei fluir a minha sombra e você
Não soube ampara-la

Sou feliz por ter sentido o medo do vazio que
Todo ser possui
Nem sempre precisamos do inverso
Às vezes o universo se torna melhor por ser um só!...

terça-feira, 21 de agosto de 2007


"joão reza todos os dias a uma chaleira de porcelana que está no céu, em órbita entre a terra e marte.ele só namora moças que também acreditam na chaleira e nunca usa camisetas verdes,pois isso é uma grande ofensa à toda poderosa.renato ,vizinho de joão , acredita que o mundo foi criado por um gigantesco monstro voador feito de espaguete.todo mês se encontra com um grupo de espagueteiros para cantar músicas sobre como o monstro é bacana..." (texto extraído da revista super interesante edição ago/07)


"meu grande sonho é a completa destruição das religiões"(richard dawkins)

terça-feira, 14 de agosto de 2007

vulnerável

Mentiras que amenizam
O sangue na boca
Vulnerável!
O perigo me toca
E sinto o frio
Da solidão
Imortal por dois segundos
Eternamente insatisfeito
Meu ciclo de miséria se completa
Piedade cruel e tão mórbida

Vulnerável
As marcas na carne
Enfatizam a loucura
Uma culpa dividida em mil tijolos
Quando a luz se apaga
Estou sozinho, abraço meu caminho
Rumo ao chão
Às vezes me apego às suas crenças
Noutras empunho uma navalha

Decadente e corrompido
Torno-me o mesmo capítulo
Mal escrito da mesma velha estória!

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

mulher (para minha mãe)

Renascendo com a tua beleza e caridade
Nos teus olhos tão sofridos eu vi a falta que te fez a solidão

A estrela que repousa sobre tua cabeça
É pesada e a faz adormecer
Lentamente vamos ao encontro de nossas frustrações

Recebemos o dom divino de termos lágrimas
Tão sadias e tão sádicas

Nunca quisestes prometer, pois,
Da tua boca a ilusão é maestrina
E a dor de ter que repetir por cem mil anos
Que a altura de teus sonhos tem suporte em teus pecados

A tarefa de acreditar na própria mentira lhe faz sofrer
E o medo de nunca mais estar sozinha,
De não viver a sua vida
Torna seus traços mais familiares.

Renascendo da flor de tua alma,
Do fim dos teus dezoito e do fundo do teu futuro
Asas que não voltam nunca se encaixarão com sua imperfeição!

para os que nada vêm

...veio novamente a noite negra da infâmia. chega o fim de nosso ciclo.prometemos brilhar intensamente, até cegar o próprio sol, antes de desaparecer completamente.até o último momento, saudamos o lado obscuro que respalda nosso brilho,luz interior que se espalha através de nossa pequena página na história.estamos á frente...como aos que nos precederam...nossa sinceridade marcou essa lamentável história e abriu outras portas para adentrar nossa tímida luz.nunca ouvistes uma palavra de tão grande de tão pequeno ser.nunca aceitando a doutrina de para poucos o muito e para nós ,nada.agora recolhemos a bandeira e sem descanso,partiremos.cobrimos o rosto,pois o que importa é a obra.prepara vossa fúria,velem suas armas pois a paz partirá como chegou:veloz!ergam suas mãos esquerdas.nos veremos de novo em baixo da terra.(subcomandante insurgente marcos)

terça-feira, 7 de agosto de 2007

"...as vezes acho que não sou o melhor pra você..."(nx0)

"night will come and i´ll follow,for my victms there`s no tomorrow..."(k.king)

"eu não pago as mulheres pra treparem comigo.eu as pago para irem embora na manhã seguinte" (jack nicholson)

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

divagações

Em lugares diferentes assistimos a mesma versão de peças fracassadas
Olhamos ao redor de nossos jardins e vemos o quanto o passado cresceu
Mergulhamos nas gotas doces da depressão, mas, ficamos imunes à sua seiva.
Santificados pelo medo e pelas frustrações que nos acompanham
Divagamos ao lado de lápides de desconhecidos
Inalamos o odor da primavera como o de um rio poluído
Aconchegamos nossos corpos fétidos em esgotos sociais
Vivemos à margem, mas, à margem de que?
O chão estava duro e gelado e decidi me agrupar aos camundongos
Não derrame suas lágrimas por mim e por meus declínios
Sempre haverá outra chance pra eu mostrar o quão inúteis são os retornos.