quarta-feira, 11 de julho de 2007

iris

escuro...
a dor e a solidão abraçam-na
escrava de prazeres tão cruéis quanto o amor
desfaz-se à sombra dos anos
coração encravado de espinhos e da certeza
que a felicidade tem asas e voa para longe...
muito longe.

insaciável...
a cama vazia, os olhos estranhos
fitando-a como a navalha que corta seus pulsos
pecado é apenas um conceito mundano
amor é abstrato demais para satisfazê-la
ausência é abster-se
e você não é muralha.

romantica...
derradeira imperfeição
contrastando com seus olhos pródigos e esperançosos
sua pele nunca mais foi tocada por demônios do alvorecer
e os anjos não ousam beijar-te de forma tão vulgar

eterna é a dor,
semenado a próxima decepção
os iguais tornam-se opostos em algum momento da vida.

2 comentários:

L. Fernando Rintrah disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
L. Fernando Rintrah disse...

CONTRASTES

A antítese do novo e do obsoleto,
O Amor e a Paz, o Ódio e a Carnificina,
O que o homem ama e o que o homem abomina.
Tudo convém para o homem ser completo!

O ângulo obtuso, pois, e o ângulo reto,
Uma feição humana e outra divina
São como a eximenina e a endimenina
Que servem ambas para o mesmo feto!

Eu sei tudo isto mais do que o Eclesiastes!
Por justaposição destes contrastes,
Junta-se um hemisfério a outro hemisfério,

Às alegrias juntam-se as tristezas,
E o carpinteiro que fabrica as mesas
Faz também os caixões do cemitério!...

(creio que sabe de quem é.)